quinta-feira, 30 de setembro de 2010

As primeiras concepções teóricas 1.sobre a sociedade brasileira: evolucionismo versus culturalismo G9

Compreender o processo de constituição da sociedade brasileira já era uma preocupação de alguns intelectuais brasileiros no final do século XIX e no início do século XX. Ao analisarmos esse período, é importante ressaltar dois dados: primeiro, a abolição do modelo escravista em 1888, lançando o negro numa sociedade autoritária e racista; segundo, a predominância das teorias evolucionistas europeias. É esse panorama histórico que marca as primeiras reflexões dos brasileiros sobre a sua sociedade.
Alguns intelectuais brasileiros, como Sílvio Romero, Nina Rodrigues e Euclides da Cunha, discutiam nesse período a problemática da identidade nacional e da cultura brasileira. Ficam claras nesses pensadores as influências das teorias racistas e evolucionistas; percebe-se um impacto muito grande do positivismo de Comte e do darwinismo social.
Nesse sentido, os temas analisados por esses pensadores, como a religião africana, os movimentos messiânicos e a composição racial do brasileiro, são tratados sempre à luz dos conceitos racistas e evolucionistas.
Em 1933, surgia no Brasil uma obra inaugural sobre a sociedade brasileira vista pelo viés cultural: Casa Grande e Senzala, de Gilberto Freyre (1900-1987). Essa obra resultou da tese de doutorado de Freyre, cuja orientação coube a Franz Boas. Nesse livro, Gilberto Freyre procura se afastar da visão evolucionista sobre a sociedade brasileira e a analisa exatamente pela miscigenação cultural, afirmando ser essa a nossa principal característica.

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